Os estudantes portugueses demonstram, na escola, apenas uma pequena parte das suas reais capacidades intelectuais, de raciocínio e criatividade. A escola é incapaz de detectar e acompanhar todos os problemas que afectam os alunos. Estas são conclusões de um estudo do Instituto da Inteligência, realizado entre Novembro de 1998 e Dezembro de 2000 e que abrangeu cerca de mil jovens entre os 4 e os 16 anos, de todo o país.
A maioria dos estudantes não apresenta incapacidades de aprendizagem mas, apenas, dificuldades em aprender causadas por factores, principalmente do foro afectivo, como o stress, ansiedade, medos e desmotivação. A maioria dos alunos guarda "excelentes reservas de eficiência intelectual que, por várias razões, não sabe ou não consegue explorar totalmente na escola".
Tudo problemas que concorrem para aproveitamentos escolares muito abaixo das potencialidades dos alunos. Até os 'trabalhos para casa' "mostram-se mais prejudiciais do que vantajosos, especialmente no ensino básico, gerando situações de stress e intranquilidade".
Observando a progressão dos alunos, verifica-se uma "clara diminuição" das capacidades criativas, que dão lugar a uma "crescente rigidez de raciocínio", particularmente notada a partir dos 10 ou 11 anos.
"A mentalidade aberta", característica dos mais jovens, é progressivamente substituída pelo "empobrecimento da imaginação e do espírito de exploração". O estudo fala mesmo de "pedogenia" - uma deficiência de aprendizagem causada pela própria escola.
Segundo o presidente do Instituto da Inteligência, Nelson Lima, "as sucessivas reformas a que o ensino tem sido sujeito não têm permitido salvá-lo do fracasso relativamente ao aproveitamento de todo o potencial humano dos alunos".
Mas tal como subaproveita as potencialidades dos alunos, a escola restringe as capacidades dos professores conduzindo-os ao stress, exaustão emocional e esgotamento. Em Portugal, um em cada dez professores é vítima de uma forma grave de esgotamento que provoca incapacidade para leccionar durante dois anos.
(esta notícia é retirada do jornal anarquista LIsta Negra, de estudantes, do ano 2001)
ONTEM ESTUDANTE, HOJE EXPLORADO... AMANHÃ DESEMPREGADO!
(circulo de estudantes anarquista) (A)
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